Por que a Tardezinha em Interlagos e Parque Olímpico serão históricos?
Shows vão marcar o fim da turnê de 10 anos
A temporada comemorativa de 10 anos da Tardezinha, de Thiaguinho, vai terminar com dois capítulos históricos: em 13 de dezembro, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, e em 20 de dezembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
A escolha dos locais não é casual. Ambos se consolidaram como palcos dos maiores festivais de música do país, recebendo multidões e projetando a grandiosidade de artistas brasileiros e internacionais. Agora, será a vez do pagode assumir esse protagonismo.
Encerrar a turnê nesses espaços significa reconhecer o tamanho que a Tardezinha alcançou ao longo de uma década. Mais do que shows, os encontros se transformaram em marcos culturais: celebrações coletivas que unem gerações em torno do pagode. Assim, a festa que nasceu como uma reunião de amigos no Rio de Janeiro em 2015 fecha o ciclo em arenas que simbolizam o auge do entretenimento no Brasil.
O impacto de um fenômeno
A edição de 2025, que contou com o Bradesco como patrocinador oficial da turnê, confirmou a força do projeto. Mais de 60 mil pessoas acompanharam a abertura da temporada no Engenhão, no Rio, e cidades como Belo Horizonte, Campinas, Brasília e Salvador também receberam shows de sold out em poucas horas. O calendário, que incluiu 26 cidades brasileiras e internacionais, levou a festa a palcos de Miami, Lisboa, Luanda e, pela primeira vez, Sydney, na Austrália. Foi também a primeira edição com apresentações no continente africano, consolidando a dimensão global da Tardezinha.
Segundo a Bilheteria Digital, empresa responsável pela operação de entradas, a venda de ingressos alcançou picos de 700 entradas por minuto, reflexo da alta demanda. As duas praças finais — Rio e São Paulo — foram as que registraram maior procura ao longo do ano, justificando a decisão de encerrar a temporada nelas.
“Estar à frente da operação de vendas da maior turnê nacional é um reflexo do que a Bilheteria Digital entrega, uma tecnologia estável, inteligência aplicada e parceria real com produtores”, destacou o CEO da empresa, Guilherme Feldman.
A importância de Interlagos e do Parque Olímpico
Nos últimos anos, o Autódromo de Interlagos e o Parque Olímpico se firmaram como destinos obrigatórios para os maiores festivais de música realizados no Brasil. O Lollapalooza, por exemplo, já transformou Interlagos em um símbolo da vida cultural paulistana. O mesmo aconteceu com o Parque Olímpico, que desde os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 abriga eventos de grande porte, e outros festivais de música pop e eletrônica.
Ao ocupar esses espaços, a Tardezinha inscreve o pagode na mesma escala de outros gêneros que já tiveram consagrações em arenas globais. A roda de samba, que antes cabia em casas menores, agora se projeta para dezenas de milhares de pessoas em locais pensados para grandes multidões. É um movimento simbólico: o pagode se coloca no centro da indústria do entretenimento, lado a lado com o pop e o rock.
A história de uma década
Apesar de hoje ser um fenômeno de massas, a Tardezinha nasceu de maneira despretensiosa. Em 2015, Thiaguinho se preparava para participar como jurado do programa SuperStar e, para preencher o tempo livre, sugeriu ao ator Rafael Zulu organizar um pagode entre amigos no Rio de Janeiro. Zulu chamou o empresário Rafael Liporace e, juntos, deram forma ao primeiro evento na Marina da Glória. Cerca de 5 mil pessoas compareceram, um prenúncio de que o encontro tinha potencial para crescer.
De lá para cá, a festa ganhou escala a cada edição. Em 2019, antes da pandemia, a Tardezinha lotou o Maracanã em duas noites seguidas, confirmando que não se tratava mais de uma roda de samba intimista, mas de um espetáculo de massa. Uma década depois, o projeto se tornou a maior turnê da história da música brasileira, com patrocínios de marcas globais e uma operação comparável à de megafestivais.
Um legado para o pagode
Parte do sucesso da Tardezinha está no formato. São, em média, seis horas de show, com Thiaguinho revisitando clássicos do pagode — de Fundo de Quintal a Ferrugem — em um espetáculo a céu aberto. A cada edição, o cantor transforma os sucessos do gênero em experiências coletivas, repletas de nostalgia e energia.
Ao levar a festa para Interlagos e para o Parque Olímpico, Thiaguinho e seus sócios reafirmam que o pagode é um dos pilares da música brasileira contemporânea. Se antes o gênero era visto como um movimento periférico ou de nicho, agora assume posição de destaque em palcos que já consagraram o pop internacional.
O encerramento da turnê de 10 anos, portanto, é mais do que a celebração de uma década de trajetória. É o marco de que o pagode, através da Tardezinha, alcançou uma dimensão inédita. Quando milhares de vozes se reunirem em São Paulo e no Rio neste dezembro, não será apenas o fim de um ciclo — será a prova de que o gênero tem força para ocupar qualquer espaço, do quintal ao maior dos palcos.