Veja setlist do Massive Attack para show em São Paulo (tem até Avicii!)

Convidados mais do que especiais, cover de post-punk e apoio à Palestina: foi assim que o Massive Attack se apresentou na Argentina, Chile e Colômbia, últimos país da América do Sul antes do show em São Paulo, nesta quinta (13), no Espaço Unimed —com show de abertura dos irmãos Cavalera tocando o álbum “Chaos A.D.”, do Sepultura.

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Uma das grandes surpresas da turnê sul americana do duo de trip hop foi a inclusão da diva Elizabeth Fraser (Cocteau Twins) e do absurdo Horace Andy como integrantes contemporâneos. Em Buenos Aires, ela cantou “Black Milk”, “Group 4” e “Teardrop” (esta lançada em 1998 com a voz da própria Elizabeth). Já Horace Andy cantou “Angel” e “Girl I Love You”.

De acordo com o jornalista chileno Felipe Retamal, o show em Santiago teve Robert “3D” Del Naja e Grant “Daddy G” Marshall causando um “duro retorno à realidade” após um Fauna Festival que teve atrações pop antecedendo os britânicos. “Em sua terceira apresentação no país (…) teve anúncio em apoio aos Médicos Sem Fronteiras na Palestina, crítica às notícias que geram cliques e um macaco que aprendeu a usar um computador”, escreveu. 

“Um elemento fundamental foram as críticas sociais”, ele continou. “O grupo tem se mostrado ativo no apoio à causa palestina e crítico do extermínio perpetrado pelo governo israelense na Faixa de Gaza; a aparição do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na tela provocou vaias estrondosas da plateia. Em outros momentos, eles relembraram os números da população palestina que morre de fome, os profissionais de saúde assassinados e os ataques de colonos na Cisjordânia, além de se unirem ao coro internacional que clama pela libertação do líder palestino Marwan Barghouti, condenado à prisão perpétua por Israel em uma prisão considerada injusta. Eles também fizeram referência a líderes mundiais como Donald Trump e Vladimir Putin, e criticaram as teorias da conspiração prevalentes na era das redes sociais”, disse em resenha crítica publicada no La Tercera.

O Clárin destacou que o Massive Attack soou muito mais post-punk que trip hop. “Um show memorável calcado no álbum ‘Mezzanine’ e no post-punk com toques industriais”, disse o jornalista Pablo Strozza. O comentário faz sentido: um dos covers presente nos shows foi “Rockwrok”, da banda de post-punk Ultravox —canção que figurou na turnê de 2019 do grupo.

Covers: Gigi D’Agostino, Tim Buclkey e Avicii (!)

Outros dois covers presentes são “Song To The Siren”, de Tim Buclkey, e a surpresa “Levels”, do produtor sueco Avicii (1989-2018). Quer dizer, mais ou menos surpresa: inesperada em um show de post-punk, ela também esteve presente nas turnês de 2019. Avicii se suicidou em 2018 após cortes no pulso e, agora, mais uma vez, recebe homenagem do Massive Attack.  Recentemente, eles também tocaram canções de Peter Seeger (“Where Have All The Flowers Gone”), Bauhaus (“Bela Lugosi Is Dead”), The Cure (“10:15 Saturday Night”) e Velvet Underground (“I Found a Reason”).

Veja setlist do Massive Attack em São Paulo

In My Mind (cover de Gigi D’Agostino)
Risingson
Girl I Love You (com Horace Andy)
Black Milk (com Elizabeth Fraser)
Take It There
Future Proof
Song to the Siren (cover de Tim Buckley) (com Elizabeth Fraser)
Inertia Creeps
ROckwrok (cover do Ultravox)
Angel (com Horace Andy)
Safe From Harm (com Deborah Miller)
Unfinished Sympathy (com Deborah Miller)
Levels (cover de Avicii)
Group Four / In My Mind (com Elizabeth Fraser)
Teardrop (com Elizabeth Fraser)