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A mente criativa por trás dos palcos do Imagine Dragons

A mente criativa por trás dos palcos do Imagine Dragons

Mitchell Schellenger revela como transforma música em grandes espetáculos

Imagine Dragons

Há mais de 10 anos, Mitchell Schellenger foi chamado por um amigo para trabalhar como técnico de luz em um show do Imagine Dragons, no México. O trabalho pontual se transformou em parceria de longo prazo: hoje ele é responsável por todo o conceito visual dos shows da banda.

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“Eu estava disponível, aceitei, e achei que seria apenas isso. Dez anos depois, ainda estamos juntos”, relembra Mitchell, rindo, em entrevista para a Billboard Brasil. Com o lançamento do disco “Smoke and Mirrors”, a banda o convidou para integrar o time do Imagine Dragons como diretor de iluminação.

“Comecei a trabalhar com eles de forma muito mais consistente. Com o tempo, essa função evoluiu para mais do que apenas iluminação. Agora, eu supervisiono o design de iluminação, o design de cenário e a direção completa do show, do ponto de vista criativo. Com o passar dos anos, acho que eles confiaram cada vez mais em mim para diferentes responsabilidades.”

O nascimento de uma turnê
Criar uma turnê do zero é um processo complexo e, segundo Mitchell, começa muitos meses antes da banda subir ao palco. “Tudo parte de uma conversa. A gente tenta entender qual é o propósito da turnê, se há uma história a ser contada, ou um visual específico que o artista quer transmitir.”

A partir daí, ele mergulha na música. “Gosto de escutar o álbum novo no carro, sozinho, sem pensar em aspectos técnicos. Quero sentir a música como um fã. Depois, traduzo essas sensações em desenhos, cores e ideias.” Essa escuta intuitiva dá origem aos primeiros esboços e moodboards, que depois são apresentados à banda. O objetivo é dar uma identidade visual ao som… Uma narrativa que una palco e emoção.”

O diretor criativo do Imagine Dragons, Mitchell Schellenger
O diretor criativo do Imagine Dragons, Mitchell Schellenger (Divulgação)

Quando o conceito está definido, entra em cena a parte técnica: orçamentos, desenhos em 3D, contato com fornecedores e testes de montagem. Tudo é planejado com antecedência, principalmente em turnês globais, que exigem adaptações para diferentes países.

“Nem todos os lugares têm a mesma estrutura. Por isso, pensamos desde o início em como o show pode ser adaptado em diferentes escalas. Usamos, por exemplo, telas de LED que podem ser alugadas localmente, em vez de transportar equipamentos pesados pelo mundo.”

Desafios e improvisos
Mitchell garante que o maior desafio não é técnico, mas criativo. “Trabalhar com arte é lidar com opiniões. Não existe certo ou errado… Há interpretações diferentes. Então, precisamos equilibrar ideias e expectativas.”

Mesmo com tanto planejamento e testes, os imprevistos fazem parte da rotina na estrada. Ele lembra, rindo, de um episódio no Lollapalooza Brasil em 2018: “O show estava prestes a começar, a banda já estava no palco, e a gente perdeu a energia da mesa de controle. Tudo apagou. Tivemos que improvisar com refletores até conseguir religar o sistema. O público nem percebeu.”

Imagine Dragons
Imagine Dragons (Andi Elloway/Divulgação)

Em outra ocasião, uma nevasca atrasou os caminhões de equipamentos na Europa.

“Os fãs já estavam dentro da arena quando tudo chegou, e viram o palco sendo montado na hora. No fim, o show começou só com meia hora de atraso. Foi caótico, mas também bonito! O público viu o espetáculo nascer.”

Entre arte e técnica
Apesar da rotina intensa, Mitchell busca inspiração fora dos palcos. “Gosto de ir a museus, observar arquitetura, estar na natureza. Moro no Colorado, nos Estados Unidos, então às vezes subo as montanhas com minha família. O contraste entre o caos de um show e o silêncio da natureza me ajuda a recarregar.”

Para quem sonha seguir esse caminho, o conselho é direto: “Primeiro, descubra se é isso que você ama. A indústria de turnês é dura… Longas horas, viagens, cancelamentos. Se você não ama o que faz, é difícil aguentar. Mas, se ama, vá atrás. Conheça pessoas, pergunte, se envolva.”

Mitchell lembra que começou como ajudante local em shows que passavam por sua cidade, carregando caixas e cabos. “É uma forma de ver como tudo funciona e descobrir se você realmente gosta. E as conexões que você faz ali podem abrir todas as portas. A música é um mundo pequeno, mas cheio de gente disposta a ajudar quem tem paixão de verdade.”

Para quem quiser ver de perto o espetáculo do Imagine Dragons, os ingressos estão à venda no site da Ticketmaster Brasil. Eles se apresentam com a “LOOM Tour” em São Paulo (31/10 e 1/11).

Imagine Dragons
Imagine Dragons (Andi Elloway/Divulgação)

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