Os 25 melhores álbuns latinos de 2025 – escolhas da equipe
Confira os álbuns favoritos dos editores da Billboard Latin e Billboard Español
O álbum “Debí Tirar Más Fotos”, de Bad Bunny, lançado na primeira semana de 2025, deu o tom para um ano em que a música latina continuou a ser lançada em ritmo frenético — mas também um ano em que artistas importantes pareceram respirar fundo coletivamente.
“Se há algo que falta na música hoje, é sentimento”, disse Bad Bunny à Billboard. “Estou generalizando, claro. Há muita música boa, música carbona […] Mas falta sentimento.”
Bunny estava falando sobre as paradas musicais em geral, não sobre a música latina em particular. Mas, em uma época em que a música é gravada e lançada com rapidez e precisão, o mesmo sentimento se aplica.
Os últimos 12 meses foram marcados por uma enxurrada de álbuns e EPs latinos, tanto de artistas consagrados quanto de novatos, cada um disputando a atenção em um ambiente cada vez mais saturado e competitivo. Mas, à medida que o fim do ano se aproximava, a produção musical que se destacou no cenário latino pareceu muito mais intencional do que em anos anteriores, mais focada na qualidade do que na quantidade, no resultado em vez da velocidade. As colaborações que chamaram nossa atenção não foram apenas os grandes nomes, mas também as escolhas inesperadas de encontrar exatamente o tipo certo de artista para o tipo certo de música.
Como é tradição na Billboard há mais de uma década, todos os anos, os editores da Billboard Latin e da Billboard Español olham não só para as paradas musicais, mas também para muito além delas, para selecionar os álbuns que mais nos impressionaram ao longo do ano. Embora consideremos o impacto nas paradas, a inovação, a qualidade da gravação, o conteúdo lírico e, sim, o sentimento e a emoção são os principais fatores que guiam nossa decisão coletiva.
As equipes editoriais da Billboard Latin e da Billboard Español são ecléticas, e esta lista reflete isso. Artistas estreantes como a cubana Wampi entraram na seleção com “El Rey de La Habana”, o primeiro álbum de reparto em uma de nossas listas de fim de ano. Mas Joaquina também, com seu intimista “Al romper la burbuja”.
Esta lista cuidadosamente selecionada, que abrange diversos gêneros, inclui os 25 álbuns que mais nos impressionaram em 2025, tanto liricamente quanto sonoramente, de artistas novos e consagrados.
Os 25 melhores álbuns latinos de 2025
25. Wampi, ‘El Rey de La Habana’
Ele pode ser um dos nomes menos conhecidos desta lista, mas o talento musical cativante de Wampi está destinado a transformá-lo em uma estrela internacional em 2026. O artista cubano, nascido Dasiel Mustelier Oruña, está liderando uma nova onda de artistas de Reparto — o gênero musical originário dos bairros (ou repartos) de Cuba que funde reggaeton e hip-hop com música tradicional como son e timba, e onde a clave é o instrumento essencial. Em seu autoproclamado álbum de estreia com 13 faixas, “El Rey de La Habana”, Wampi explora diferentes estilos musicais sem perder a essência de seu som. “Veni” flerta com o funk brasileiro; “2000s” é um R&B sensual; “Chacha”, em colaboração com Los Van Van, é uma fusão suave de salsa e cha-cha-cha; e “Que Bola”, com a participação de Cimafunk, é um funk envolvente. No início deste ano, a Wampi assinou um acordo global com a Virgin Music Group, que resultou no lançamento de “El Rey de La Habana”. — JESSICA ROIZ
24. Grupo Frontera, ‘Lo Que Me Falta Por Llorar’
Em “Lo Que Me Falta Por Llorar”, o Grupo Frontera apresenta histórias envolventes de amor, perda e resiliência, mantendo-se fiel às suas origens e impulsionando seu som para o futuro. Gravado na cidade natal do grupo, McAllen, Texas, o álbum, produzido por Edgar Barrera, transborda emoção crua e um refinamento primoroso. Sua cumbia característica, conduzida pelo acordeão, se desenrola lindamente em faixas como a pungente “Monterrey”, mas o grupo também demonstra grande habilidade em experimentações tex-mex. “Si Me Quiere” se transforma em uma pulsação de polca, enquanto as colaborações elevam o som: Ozuna e Myke Towers injetam um toque urbano em “No Lo Ves” e “Triste Pero Bien C*brón”, respectivamente, e a influência norteña de Los Dareyes de la Sierra se faz presente em “Mi Droga”. O Frontera evolui sem perder sua identidade, entrelaçando ambição e emoção em uma experiência que soa atemporal e inovadora. — ISABELA RAYGOZA
23. Myke Towers, ‘Island Boyz’
Em “Island Boyz”, Myke Towers continua sendo uma força global na música urbana latina, embora disposto a mudar seu estilo. Faixas como “Soleao”, com Quevedo, que alcançou o 4º lugar nas paradas Latin Pop Airplay e Latin Rhythm Airplay da Billboard, e “No Hay Break”, com Omah Lay, incorporam Afrobeats, enquanto “No Quiere Flores”, com Gabito Ballesteros, tem uma sonoridade reggaeton com toques de corridos e música regional mexicana. O álbum de 23 faixas também flerta com dancehall, dembow e R&B latino. A lista de colaboradores, que inclui De La Ghetto, Manuel Turizo, Ludmilla, DFZM e Izaak, não se baseia em regras rígidas, mas sim em um forte senso de amizade artística que faz o álbum brilhar. — INGRID FAJARDO
22. Daddy Yankee, ‘Lamento en Baile’
“Lamento en Baile” marca o primeiro álbum de Daddy Yankee desde sua conversão à música cristã contemporânea. Musicalmente, o artista porto-riquenho não perde sua essência, fundindo o reggaeton com outros ritmos latinos, como o crescente reparto cubano. Sonoramente, ele alterna entre o canto melódico e rimas de rap, cantando sobre seu relacionamento com Deus nos dias de hoje e abraçando sua fé. Inspirado por provérbios e mensagens bíblicas, “Lamento en Baile” inclui canções notáveis como “Jezabel y Judas”, que utiliza uma metáfora intensa sobre traição e o mal disfarçado, usando essas duas figuras bíblicas infames; “Jardín Rojo”, que serve como uma mensagem para aqueles que sofrem em silêncio; e a otimista “Toy Hermoso”.
O álbum também apresenta a animada “Sonríele”, que alcançou o primeiro lugar na parada Billboard Latin Airplay no início deste ano. “Eu nunca imaginei que teria o enorme impacto que teve, porque a música é diferente agora”, disse ele na Billboard Latin Music Week de 2025. “Ver essa música tocar o coração das pessoas me enche de alegria, porque esse propósito está sendo compreendido. Essa música é um remédio… é uma celebração da vida. Esse é o verdadeiro objetivo número 1.” — J.R.
21. Pablo Alborán, ‘KM0’
Nascido da dor e incerteza da doença de um familiar, “KM0” apresentou um Pablo Alborán mais maduro e determinado, com letras profundamente pessoais e uma renovada liberdade artística. Aqui, o músico assumiu a composição de todas as canções e, pela primeira vez, produziu e arranjou a maioria delas, experimentando com ritmos como country/folk (“Vámonos de Aquí”, com Indiara Sfair), salsa (“La Vida Que Nos Espera”) e merengue (“Si Te Quedas”). Na faixa pop “Clickbait”, ele criticou a superficialidade e as notícias falsas das redes sociais, e na emotiva faixa-título, cantou sobre enfrentar um novo começo após atravessar um período muito difícil em sua vida. Com colaborações que incluem Luan Santana (“Qué Tal Te Va”), Ana Belén (“Inciso”), Vicente Amigo (“Planta 7”) e a artista japonesa Lilas Ikuta (“Perfectos imperfectos”), “KM0” foi, no verdadeiro estilo Alborán, uma obra sublime e extremamente prazerosa, repleta de sentimento e musicalidade. — SIGA RATNER-ARIAS
20. Vicente García, ‘Puñito de Yocahú’
Ouvir este álbum lindamente concebido, com harmonias suaves, é como uma purificação da alma. “Yocahú”, em taíno, significa “Deus da mandioca e da fertilidade”, e o álbum mergulha profundamente nas tradições caribenhas, incluindo os gêneros musicais de origem de García — mambo, bachata e merengue — mas explorados de maneiras diferentes. Abre com uma introdução ao piano para a música que dá nome ao álbum, “Puñito de Yocahú”, seguida por “El Huracán”, na qual García transforma os temidos furacões em uma poderosa metáfora para o amor turbulento. Outra faixa notável é o merengue ripiado “Voy en Coche”, que descreve sua jornada para encontrar uma amada, de Santiago de los Caballeros a San Francisco de Macorís, na República Dominicana. “Puñito de Yocahú”, onde García trabalhou novamente na produção com Eduardo Cabra (do Calle 13), ganhou o Grammy Latino de melhor álbum tropical contemporâneo. — I.F.
19. Joaquina, ‘Al Romper la Burbuja’
Para seu aguardado álbum de estreia — após a vitória no Grammy Latino de 2023 como artista revelação — Joaquina apresentou um projeto repleto de nostalgia, com 14 canções que falam diretamente ao coração. De singles como “Quise Quererte”, “Escaper de Mí”, “Desahogo” e “Pesimista”, a “Carta a Mí”, “Capricho”, uma versão alternativa de “El Alquimista” e “Gracias Por Estar Aquí”, a cantora e compositora venezuelana ofereceu uma fusão de folk-pop poético e rock clássico. A obra foi brilhantemente coproduzida, em grande parte, pela própria artista, ao lado do renomado músico colombiano Julio Reyes Copello. Com suas letras sempre dolorosamente honestas, “Al Romper La Burbuja” representou um momento crucial na evolução artística e emocional de Joaquina, com uma abordagem madura, autêntica e reflexiva que lhe rendeu quatro indicações ao Grammy Latino de 2025, incluindo na cobiçada categoria de álbum do ano. — S.R.A.
18. Romeo Santos & Prince Royce, ‘Better Late Than Never’
Os fãs pediam por isso há tanto tempo que a pressão poderia ter levado a uma colaboração apressada e sem entusiasmo. Mas Romeo Santos e Prince Royce dedicaram o tempo necessário para criar algo verdadeiramente especial, e o resultado é pura sinergia. Better Late Than Never é repleto da essência de Santos e Royce, mas também oferece sons novos para ambos os artistas. Há bachatas clássicas e modernas, letras predominantemente românticas, e a fusão de suas vozes inconfundíveis é cativante desde a faixa de abertura, que dá título ao álbum.
Os destaques incluem “Dardos” e “Jezebel”, esta última com fortes influências de R&B, além de “Ay San Miguel”, um palo dominicano, e “Menor”, uma surpreendente primeira colaboração de Santos com um talento emergente, Dalvin La Melodía. Com o título apropriado de “Better Late Than Never”, o LP de 13 faixas estreou em 1º e 2º lugar nas paradas Tropical Albums e Top Latin Albums, respectivamente, comprovando mais uma vez que a espera valeu a pena. — S.R.A.
17. Bomba Estéreo & Rawayana, ‘Astropical’
As vibrantes tradições musicais da Colômbia e a energia da costa venezuelana se misturam harmoniosamente em “ASTROPICAL”, uma saborosa exploração do pop caribenho. O projeto colaborativo uniu membros do Bomba Estéreo e do Rawayana, criando uma fusão de sons gravados entre Miami e Santa Marta. Lançado em maio, o projeto de 12 faixas com temática astrológica foi amplamente aclamado e representou um momento de harmonia cultural entre as regiões. A mistura de champeta, percussão inspirada no Afrobeats e gaitas tornou-se um marco para ambos os grupos. O álbum rendeu ao Rawayana sua primeira entrada na parada de álbuns da Billboard, estreando em 14º lugar na lista Top Latin Pop Albums. Para o Bomba Estéreo, representou uma nova conquista sob o selo ASTROPICAL, somando-se aos seus álbuns anteriores, “Amanecer” (7º lugar, 2015) e “Ayo” (8º lugar, 2017), que alcançaram o Top 10. — PAMELA BUSTIOS
16. Alejandro Sanz, ‘¿Y Ahora Qué +?’
O álbum de Sanz, cujo título se traduz como “E agora?”, é tão existencial quanto repleto de hits, navegando por temas intensamente pessoais com humor e reviravoltas inesperadas. O primeiro álbum de Sanz pela Sony Music Latin, o EP (posteriormente relançado em uma versão expandida intitulada “¿Y ahora qué +?”) ganhou o prêmio de álbum do ano no Grammy Latino, um reconhecimento a um material que é ao mesmo tempo comercial (como em “Bésame”, uma colaboração com Shakira ou “Hoy no me siento bien”, uma salsa com o grupo mexicano Grupo Frontera) e intensamente pessoal, como Sanz demonstra em seu primeiro single, “Palmeras en el jardían”, que narra um término de relacionamento muito comentado. Mais importante ainda, “¿Y ahora qué?” sinaliza a disposição de uma artista veterana em expandir seus horizontes criativos com bom gosto, mantendo-se fiel a si mesma. — LEILA COBO
15. Beéle, ‘Borondo’
Foram necessários seis anos — desde o lançamento de seu hit “Loco” em 2019 — para que Beéle lançasse seu álbum de estreia, “Borondo”. O momento, porém, não poderia ser mais perfeito, já que o artista colombiano aprimorou seu som ao longo dos anos. Agora, com suas fusões de afrobeats latino, house caribenho e dancehall pop, ele apresenta 26 faixas sensuais, incluindo “Mi Refe”, “No Tiene Sentido”, “Frente Al Mar”, “Sobelove” e “Si Te Pillara” — todas com grande sucesso nas redes sociais. “Borondo” — que conta com colaborações notáveis de Marc Anthony e Carla Morrison — estreou em 10º lugar na parada Top Latin Albums e em 4º lugar na Top Latin Rhythm Albums nas listas de 31 de maio. — J.R.
14. Cazzu, ‘Latinaje’
O álbum “Latinaje”, de Cazzu, leva os ouvintes a uma jornada por 14 canções que variam da cumbia às baladas, do tumbado ao funk, exibindo, em última análise, a rica cultura da América Latina. O álbum se assemelha a um livro que transmite a dor de um coração partido através de suas letras, ao mesmo tempo que se inspira em sons comuns da música latino-americana, como tambores, violinos e violões, como se pode ouvir em “Me Tocó Perder”. A obra continua com “Dolce”, um corrido tumbado que também explora a traição, com riffs de guitarra suaves que ajudam a transmitir a dor. Há também uma canção tocante dedicada à sua filha, Inti, que lhe traz esperança em momentos difíceis: “Inti, não chore mais”, ela canta, o que também pode servir como um lembrete para a artista de ser forte. — I.F.
13. Milo J, ‘La Vida Era Más Corta’
Milo J une passado e presente em seu terceiro álbum de estúdio, onde resgata lendas da música folclórica latina como Mercedes Sosa, Violeta Parra e Tránsito Cocomarola. Em seu primeiro lançamento pela Sony Music Latin, o jovem de 18 anos cria, sem esforço, um espaço onde chacareras, zambas, chamamés e tangos coexistem, demonstrando uma maturidade que vai além de sua idade. O álbum fez sucesso com doze faixas entrando na Billboard Argentina Hot 100, incluindo “Jangadero” com Sosa (71º lugar) e “Niño” com Cocomarola (7º lugar). Com a participação de ícones como Parra, Silvio Rodríguez, Cuti y Roberto Carbajal e Fito Páez como um dos compositores, o projeto é uma jornada sonora ao longo do Rio Paraná — de sua nascente no Brasil até o Rio da Prata — capturando com beleza as ricas tradições folclóricas da América Latina. — P.B.
12. Netón Vega, ‘Mi Vida Mi Muerte’
Misturando tradição e experimentação de gêneros, “Mi Vida Mi Muerte” soa como uma declaração de intenções de um dos talentos em ascensão mais rápida da música mexicana. Com raízes em sua ascensão meteórica impulsionada por colaborações de alto nível e singles no topo das paradas, a estreia de Vega causou grande impacto, alcançando o 1º lugar na parada Regional Mexican Albums, o 2º lugar na Top Latin Albums e entrando na Top Streaming Albums (17º lugar) e na Billboard 200 (19º lugar). Ao longo de 21 faixas, o artista de La Paz reúne uma lista de convidados de peso como Peso Pluma (na envolvente “Morena”), Tito Double P (na vibrante “Chiquita”, com acordeão), Luis R Conriquez (nas faixas “CDN” e “El Plumas”, com metais estridentes) e Gabito Ballesteros (“Pegaso”), enquanto mistura habilmente corridos tumbados com reggaeton e fusões de rap. Mesmo em colaborações repletas de artistas, as músicas solo de Vega, como “Chrome Corazón” e a vulnerável faixa-título, tocam fundo, tornando sua voz impossível de ignorar. É uma jornada emocionante rumo ao futuro da música mexicana. — I.R.
11. Ca7riel & Paco Amoroso, ‘Papota’
Após o sucesso viral do Tiny Desk Concert da NPR, que os projetou para um público mais amplo em 2024, Ca7riel & Paco Amoroso lançaram o álbum “Papota” nesta primavera. Batizado com o nome da gíria “papota”, que se refere a suplementos para academia, o álbum de nove faixas combina as novas músicas “Impostor”, “#TETAS”, “Re Forro” e “El Día del Amigo”, com outras cinco da gravação ao vivo da NPR (parte do álbum Baño María, de 2024). Em “Papota”, que metaforicamente descreve o exagero na indústria musical, a dupla argentina se mostra ousada, bem-humorada e espirituosa, misturando funk, jazz, pop, soul e hip-hop em uma combinação eclética e inovadora, sem paralelo no cenário musical atual. O álbum também ajudou a dupla a conquistar cinco Grammy Latinos este ano, incluindo melhor álbum de música alternativa, melhor canção alternativa e melhor canção pop. — J.R.
10. Elena Rosa, ‘Bendito Verano’
Tudo no álbum de estreia de Elena Rose representa perfeitamente quem ela é como artista: as asas, as mensagens sinceras e um mantra como introdução. Além disso, “Bendito Verano” é impulsionado por mensagens espirituais que a conectaram com seu público, lembrando-os de que tudo ficará bem e que a vida tem um propósito. Ela conta com a participação de Eladio Carrión em “Roulin”, Young Miko em “Gyoza” e Beto Montenegro, da banda Rawayana, na balada onírica “Luna de Miel”, entre outros convidados. Também merece destaque o interlúdio, recitado pelo músico e compositor SpreadLof, no qual ele descreve a diferença entre Elena, a artista, e a pessoa, Andrea (seu nome verdadeiro) — e como uma motiva a outra a se manter forte em momentos de dificuldade. — I.F.
9. Carín León, ‘Palabra de To’s’
O quinto álbum de estúdio de Carín León, “Palabra de To’s,” é uma homenagem sincera às pessoas e aos colaboradores que moldaram e elevaram a música regional mexicana. Retornando às suas raízes e à sua cidade natal, Hermosillo, León gravou o projeto de 16 faixas sob a curadoria do vencedor do Grammy Latino, Edgar Barrera, juntamente com os produtores Antonio Zepeda e Alberto Medina. Profundamente enraizado na tradição, o álbum incorpora com maestria a essência dos ritmos astecas, prestando homenagem aos 28 compositores presentes e aos guerreiros e soldados que definiram o gênero. O trabalho rendeu a León seu terceiro top 10 consecutivo na parada de álbuns regionais mexicanos da Billboard e uma estreia no top 20 da parada geral de álbuns latinos. Além disso, emplacou dois hits número 1 na parada Regional Mexican Airplay: “El Amor de Mi Herida” e “Ahí Estabas Tú”. — P.B.
8. Rauw Alejandro, ‘Cosa Nuestra: Capítulo 0’
O álbum “Cosa Nuestra: Capítulo 0”, com 14 faixas, é o prelúdio de “Cosa Nuestra”, de Rauw Alejandro, lançado no outono passado. Enquanto este último é elegante, glamoroso e inspirado na Nova York dos anos 70, Capítulo 0 é totalmente caribenho, oferecendo bomba, plena (“Carita Linda”, “Caribeño”), sua primeira bachata produzida por Romeo Santos (“Silencio”) e três músicas de salsa, incluindo a sensual “Callejón de los Secretos” com Mon Laferte. “Vou continuar levando minhas raízes para o mundo”, disse ele anteriormente à Billboard sobre o álbum, que também inclui seu som característico de perreo e R&B. “Hoje em dia me sinto muito conectado com meu povo e muito orgulhoso de minhas origens. Não preciso olhar para fora quando tenho tudo aqui”. “Cosa Nuestra: Capítulo 0” estreou em 3º lugar nas paradas Top Latin Albums e Latin Rhythm Albums em outubro. — J.R.
7. Danny Ocean, ‘Babylon Club’
“Babylon Club”, de Danny Ocean, cria um mundo onde a liberdade, o desejo, o amor e a celebração são o foco principal, oferecendo uma mistura vibrante de sons e colaborações com outros artistas. Ouvir o álbum é como degustar estilos musicais do Caribe e da Venezuela: há merengue, sua primeira salsa e uma carta de amor à Venezuela. Durante a Billboard Latin Music Week 2025, Ocean disse que escreve sobre a Venezuela como se fosse uma mulher que ama. Os melhores exemplos são “Crayola”, um merenguetón para “Margarita” que mostra perfeitamente a mistura agridoce de proximidade e incerteza romântica, e “Corazón”, onde ele descreve a conexão de duas pessoas que começaram sem planos e se apaixonaram. — I.F.
6. Kapo, ‘Por Si Alguien Nos Escucha’
Os primeiros sucessos globais e virais de Kapo, “Ohnana” e “UWAIE”, abriram caminho para o que se tornaria seu segundo álbum, “Por Si Alguien Nos Escucha”. Repleto de sons de afrobeats, dancehall e reggae, além de letras inspiradoras que o tornaram um nome conhecido, a produção de 15 faixas contrasta com seu álbum de estreia, “Tu OG Favorito” (2023), que tem uma pegada mais reggaeton. “As músicas mais pessoais são as que funcionam para mim”, disse o artista colombiano à Billboard sobre a descoberta de seu som. “Comecei a dar mais significado à minha música e a me concentrar no que realmente me faz sentir único.” Em “Por Si Alguien Nos Escucha” — que estreou em 1º lugar na parada Top Latin Pop Albums em julho — Kapo conta com colaborações de Myke Towers, Yandel, Manuel Turizo, Ryan Castro, Rels B, Lion Fiah e Feid. — J.R.
5. Ryan Castro, ‘Sendé’
Poucos álbuns capturam a essência de um lugar como “Sendé”, a carta de amor ensolarada de Ryan Castro a Curaçao e ao Caribe. O astro colombiano revela camadas de sua identidade para mostrar a ilha que moldou sua arte durante seus anos de formação, deixando para trás “El Cantante del Ghetto” e abraçando algo mais vulnerável, romântico e pessoal. O LP de 18 faixas, cujo nome vem da palavra papiamento para “boas vibrações”, está enraizado na música e na cultura da ilha, mesclando ritmos como dancehall, kizomba e reggae com a essência urbana de Medellín, característica de Castro. As colaborações amplificam a ambição sem fronteiras do álbum: The Prodigiez adicionam um charme divertido à ousada “Aynome:(”, Shaggy energiza a faixa “Exclusiva”, e o artista local de Curaçao, Dongo, oferece uma atmosfera dançante e sedutora em “Sanka”, uma música bilíngue em espanhol e papiamento. No geral, “Sendé” convida os ouvintes a mergulharem no passado de Castro — seus sacrifícios, sonhos e a ilha que o moldou — enquanto apresenta Curaçao como uma musa inspiradora e, possivelmente, uma força emergente na música latina. — I.R.
4. Karol G, ‘Tropicoqueta’
“Tropicoqueta”, de Karol, é uma jornada que mescla gêneros como vallenato, dembow, reggaeton, ranchera, funk brasileiro, bachata e cumbia villera, reinventando clássicos antigos com um toque moderno. O álbum estreou em 1º lugar na parada Top Latin Albums da Billboard e em 3º lugar na Billboard 200, conquistando a maior semana de streaming para um álbum latino de uma artista feminina em 2025. Karol também quebrou recordes nas paradas musicais, emplacando 20 músicas simultaneamente na parada Hot Latin Songs.
Colaborações marcantes no álbum, como a com Marco Antonio Solís, conquistaram o público adulto contemporâneo espanhol, enquanto Manu Chao adicionou um toque refrescante, e o uso inteligente de samples — como “Careless Whisper”, de George Michael, e “And I Love Her”, dos Beatles — trouxe uma atmosfera nostálgica. Embora o álbum tenha tropeçado em algumas músicas que não se encaixaram muito bem na atmosfera geral, a habilidade de Karol em fundir gêneros e equilibrar influências vintage com sons modernos fez deste um dos lançamentos mais notáveis do ano. — P.B.
3. Fuerza Regida, ‘111XPANTIA’
Fuerza Regida redefine o significado de sonhar grande — e concretizar seus sonhos. Em “111XPANTIA”, o nono álbum de estúdio da banda de San Bernardino, eles transformam a ambição em arte, entregando um projeto que desafia gêneros e consolida seu lugar na vanguarda da evolução da música mexicana. Intitulado com a palavra náuatle para “manifestar”, o disco soa profético, estreando como o álbum em espanhol de melhor posição nas paradas da Billboard por uma dupla ou grupo. O álbum não só alcançou o 2º lugar na Billboard 200, como também liderou a parada Top Regional Mexican Albums, uma vitória tanto para a banda quanto para a cultura que ela representa.
Livre de colaborações pela primeira vez, “111XPANTIA” mostra Fuerza Regida em sua forma mais ousada. O grupo transita entre hinos viscerais como a faixa de abertura “GodFather” e riscos inventivos como o corrido com sintetizador “Nocturno” ou o banjo em “Peliculiando”, desafiando as expectativas sobre o som da música regional mexicana. A nostalgia permeia os corridos impactantes de “Marlboro Rojo” à la Chalino Sánchez, mas a banda também expande seus limites, apresentando aos fãs momentos inesperados, como os vocais hipnóticos de Ellie Goulding sampleados em “Tu Sancho” e o loop envolvente do icônico “Acá Entre Nos” de Vicente Fernández em “Ansiedad”. No geral, “111XPANTIA” serve como uma ousada declaração de sua visão de não apenas fazer música, mas de conquistar um espaço na história da música. E se este álbum prova alguma coisa, é que a jornada do Fuerza Regida está longe de terminar. — I.R.
2. Rosalía, ‘LUX’
Gravado com a Orquestra Sinfônica de Londres, LUX é uma coleção orquestral e operística ambiciosa, complexa e abrangente, interpretada em 13 idiomas diferentes, onde Rosalía leva seu talento vocal a águas desconhecidas. A abertura define o tom com uma introdução de piano que evoca um estudo clássico para piano – uma mistura de Bach e Chopin – e então dá lugar à voz de Rosalía, acompanhada por uma linha de baixo acústico sustentada que finalmente explode em coros e uma orquestra de cordas completa. A faixa oscila em seu ritmo, cadência e BPM, repleta de rubatos e crescendos, soando como música clássica ao vivo – exceto que não é bem assim. O verso de abertura (“Quién pudiera vivir entre los dos, primero amaré el mundo y luego amaré a Dios”) estabelece a base de um álbum e de uma artista ligados ao terreno, mas que aspiram ao espiritual e ao sublime, alcançando-os de fato mais de uma vez.
Será que “Lux” segue as regras da composição clássica? Não é essa a intenção, e por vezes, o álbum se perde em divagações. Mas a voz de Rosalía é irresistível, capaz de transitar do pianíssimo ao forte com facilidade e sustentação, e você continua ouvindo, fascinado, até o fim. Embora haja algumas pérolas aparentemente comerciais aqui — como a faixa provocativa “La Perla”, interpretada com o trio mexicano Yahrtiza y su Esencia —, este é um álbum que desafia todas as convenções. Desafiador, porém primoroso, esperamos que ele inspire outros artistas a mergulharem mais fundo em sua arte e nos faça esperar um pouco mais, se isso significar nos fazer ouvi-lo repetidas vezes. — L.C.
1. Bad Bunny, ‘DeBÍ TiRAR Más FOToS’
Segundo o próprio Bad Bunny, seu álbum seminal “DeBÍ TiRAR Más FOToS” foi concebido em e para Porto Rico, uma carta de amor emocional e profundamente pessoal à sua ilha, sem nenhuma expectativa comercial além dela. Em vez disso, impulsionado por uma residência histórica de 30 dias e um sucesso estrondoso nas paradas musicais — o álbum passou quatro semanas em 1º lugar na Billboard 200, com três músicas no Top 10 da Hot 100 —, o álbum totalmente em espanhol se tornou um fenômeno, um unificador de culturas, um embaixador da dança, um chamado arrebatador ao amor e à celebração, e um alerta para os males sociais e econômicos, além de um chamado ao patriotismo através da música.
Agora, após receber uma indicação ao Grammy de Álbum do Ano e enquanto se prepara para ser a atração principal do show do intervalo do Super Bowl, Bunny tem uma chance real de fazer história no Grammy como o primeiro artista a ganhar o prêmio de Álbum do Ano por um álbum gravado inteiramente em espanhol. Além dessas conquistas notáveis, “DeBÍ TiRAR Más FOToS” é um exemplo extraordinário de como a mais local das iterações pode se tornar universal.
Evitando a abordagem simplista e direta do reggaeton e do trap, “DeBÍ” é cheio de nuances e frequentemente complexo, mas consegue, brilhantemente, unir apelo comercial com profundidade cultural, desde a primeira música. “Nuevayol”, a versão de Bunny para o icônico sucesso de salsa de 1975 do El Gran Combo De Puerto Rico, “Un Verano en Nueva York”, com sua aceleração do ritmo e sua transição para o dembow, é magistral (um salve para o produtor MAG). Mas também é magistral a forma como Bunny integra uma variedade de ritmos porto-riquenhos — da plena e bomba aos boleros (“Turista” é particularmente comovente) — ao longo de todo o álbum, destacando artistas promissores como Los Pleneros de la Cresta, que estão infundindo tradição com inovação.
Para além das batidas e dos convites para dançar, porém, reside a profundidade lírica de 17 canções que contam a história dos porto-riquenhos — enraizados e desenraizados — e do próprio Porto Rico — e que, ainda assim, conseguem tocar o âmago de cada um de nós. — L.C.
[Esta lista foi traduzida da Billboard dos EUA. Leia a reportagem original aqui.]









