Vasco x Corinthians: veja canções da MPB adaptadas pelas torcidas
De 'Ana Júlia' a 'Amigo', relembre cinco músicas que foram para arquibancadas
O futebol brasileiro tem na criatividade de suas arquibancadas uma marca registrada. Nos estádios, canções populares são adaptadas para virarem verdadeiros hinos. Conhecidas por apoiarem seus times de maneira incondicional, as torcidas de Vasco da Gama e Corinthians se preparam para a finalíssima da Copa do Brasil neste domingo, às 18h no Maracanã. Letras adaptadas tanto por torcedores cruzmaltinos quanto por alvinegros mostram como clássicos da Música Popular Brasileira embalam a festa das torcidas Brasil afora.
De Roberto Carlos a Wander Wildner
No universo dessas duas torcidas, há diversos exemplos de músicas populares brasileiras que já ganharam versões futebolísticas. De baladas românticas a rocks nacionais, os vascaínos e corintianos incorporam melodias famosas em cantos que exaltam a história e a paixão pelos seus times.
A seguir, a Billboard Brasil lista cinco canções da MPB cujas versões nas arquibancadas se tornaram marcantes para Vasco e Corinthians.
“Ana Júlia” (Los Hermanos) – Vasco
O megahit de 1999 da banda carioca Los Hermanos foi abraçado pela torcida do Vasco da Gama e virou um de seus cantos mais característicos. Na versão vascaína, o refrão troca o nome da personagem pela saudação ao clube: em vez de “Ana Júlia”, a massa entoa “Vasco da Gama”. A adaptação fez tanto sucesso que até rendeu versões gravadas, como a da cantora Teresa Cristina, e emocionou Marcelo Camelo (vocalista do Los Hermanos e vascaíno declarado) ao ouvir o Maracanã cantar sua composição em homenagem ao time.
“Não Quero Dinheiro” (Tim Maia) – Corinthians
O clássico soul de Tim Maia, famoso pelo refrão “a semana inteira fiquei te esperando…”, ganhou uma versão apaixonada nas vozes da Fiel. Os corintianos adaptaram a letra para “pra te ver Corinthians, pra te ver jogando” e transformaram “Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)” em um hino das arquibancadas alvinegras. Tão popular quanto o original, o canto do Timão ecoa na Neo Química Arena e se tornou parte da identidade da torcida a ponto de ter sido usado em campanhas do clube, gerando até disputa por direitos autorais entre os herdeiros do cantor e o clube paulista.
“Bebendo Vinho” (Wander Wildner) – Vasco
O rock nacional também marca presença nos cânticos vascaínos. “Bebendo Vinho”, canção underground dos anos 90 composta pelo gaúcho Wander Wildner (e regravada pela banda Ira!), foi transformada em um contagiante canto em São Januário. A música chegou ao Rio através de uma versão da Geral do Grêmio. Na versão da torcida vascaína, que fez mais sucesso, os versos se tornaram “Vou torcer pro Vasco ser campeão, São Januário, meu caldeirão”, seguidos de referências a feitos históricos do clube (como o gol de Juninho Pernambucano na Libertadores contra o River Plate em 1998).
“Amigo” (Roberto Carlos) – Corinthians
Nem as baladas do vascaíno Roberto Carlos escapam da criatividade futebolística da Fiel. O sucesso “Amigo”, originalmente uma homenagem à amizade, ganhou nova vida na torcida do Corinthians com um refrão de incentivo: “Não para, não para, não para…”. No embalo dessa melodia sentimental, a Fiel canta para empurrar o time em campo, mostrando carinho e fidelidade ao clube. A versão ficou tão emblemática que, durante as comemorações do centenário corintiano em 2010, o próprio Roberto Carlos cantou o trecho “não para, não para…” em seu show ao lado da torcida.
“Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás” (Raul Seixas) – Vasco
Compositores icônicos também inspiram as arquibancadas. A música de Raul Seixas, lançada em 1976 e coescrita pelo vascaíno Paulo Coelho, foi adaptada pelos torcedores do Vasco como “Eu nasci amando o Vasco demais”. A letra da versão exalta ídolos e conquistas do Vasco – citando craques como Edmundo e momentos históricos como títulos e viradas épicas – e costuma ser entoada em tom de celebração quando o time está vencendo. A homenagem é tão significativa que Paulo Coelho, coautor da canção original, declarou ter ficado orgulhoso e emocionado ao ver sua obra cantada pela torcida vascaína no estádio.








