Treta entre Bad Bunny e Trump: entenda polêmica do Super Bowl 2026
Presidente acusa o cantor de politizar o maior evento do futebol americano
O anúncio de Bad Bunny como atração principal do show de intervalo do Super Bowl 2026, a final da liga de futebol americano (NFL) acendeu um novo conflito entre cultura pop e política. O presidente dos EUA Donald Trump classificou a escolha como “ridícula” e afirmou nunca ter ouvido falar do cantor. A declaração foi feita em entrevista ao apresentador Greg Kelly.
Durante a entrevista, Trump reagiu com ironia ao ser informado da escalação de Bad Bunny para o Super Bowl LVX, marcado para 8 de fevereiro de 2026, no Levi’s Stadium, na Califórnia. “Nunca ouvi falar desse cara. É uma escolha louca. O Super Bowl deveria celebrar artistas que amam nosso país, não pessoas que o criticam”, afirmou.
“Nunce ouvi falar dele”, diz Trump sobre Bad Bunny
O episódio marca mais um capítulo na longa disputa simbólica entre o trumpismo e artistas latinos que criticam abertamente a política migratória americana. Desde 2020, Bad Bunny se tornou uma das vozes mais ativas da diáspora porto-riquenha, usando sua música para abordar desigualdades sociais e o legado colonial dos Estados Unidos. Porto Rico é um território que, embora governado por Washington há mais de um século, não tem direito a voto presidencial.
Bad Bunny reforça discurso político
Durante a participação no Saturday Night Live, Bad Bunny ironizou a polêmica com os conservadores usando uma frase em espanhol dirigida aos críticos: “Se você não entendeu o que acabei de dizer, tem quatro meses para aprender.” A fala foi amplamente interpretada como uma resposta direta ao discurso xenófobo.
O artista porto-riquenho também afirmou, em entrevista à revista i-D, que optou por não incluir os Estados Unidos na turnê mundial de 2025 e 2026 devido à possibilidade de ações da polícia anti-imigração nos locais de show. “O ICE poderia estar lá fora. E era algo que nos preocupava muito”, disse.
Seu álbum mais recente, “Debí Tirar Más Fotos”, lançado em janeiro, já havia incomodado setores conservadores por trazer letras sobre a realidade colonial de Porto Rico e referências diretas à desigualdade sob a administração americana. No disco, Bad Bunny reivindica a identidade porto-riquenha e critica o tratamento da ilha como “território de segunda classe”.








