Kendrick Lamar no Allianz: hits e diss para público reduzido
Plateia menor não impediu rapper de entregar repertório de impacto no estádio
No Allianz Park, Kendrick Lamar revisitou seus maiores sucessos em um show digno da grandeza de um estádio de 55 mil lugares, mesmo que as arquibancadas do campo paulistano não estivessem completamente cheias. Quem compareceu ao estádio do Palmeiras na noite de terça-feira (30) para a “Grand National Tour” viu a apresentação de um rapper cada vez mais maduro, que se credencia como um dos maiores – senão o maior – de sua geração.
Quando a organização decidiu que os setores superiores do Allianz Parque seriam fechados, alguns fãs mais pessimistas temeram pelo pior. No fim de semana, o show de Bogotá, capital colombiana, foi cancelado quando as pessoas já estavam no espaço. Os motivos variam conforme as fontes: alguns dizem que foi baixa procura por ingressos, outros culpam uma questão burocrática de segurança. De toda forma, com a demora de quase uma hora para subir ao palco, o artista deixou seus admiradores apreensivos quanto ao que viria a seguir.
Do aquecimento ao nocaute: como Kendrick venceu em São Paulo
No entanto, a expectativa foi recompensada. O caminho mais fácil para falar de shows em estádios é compará-los a partidas de futebol. Como K.dot não é um rapper de pegar atalhos, é mais apropriado comparar sua apresentação a uma luta de MMA: modalidade ágil e agressiva como o hip hop, que também acontece em grandes arenas.
Kendrick parecia encarar concreto e aço do estádio e assentos desocupados da arquibancada de cima como oponentes nos primeiros rounds. Apesar de um início mais morno, com canções do álbum mais recente (“GNX” de 2024), aos poucos os golpes de Kung-Fu Kenny foram entrando e o primeiro hit pesado que arrancou uma reação mais entusiasmada do público foi “King Kunta”, do celebrado “To Pimp a Butterfly” (2015).
Treta com Drake termina com o mesmo resultado
Daí em diante, Kendrick foi controlando a luta com tranquilidade, desferindo jabs, cruzados e diretos em seus versos. Sétima canção a ser executada, “Euphoria” começou a dar o tom da noite. A diss track de Kendrick contra Drake foi a primeira menção do repertório à treta que tomou conta da indústria musical americana. Vídeos de interlúdio, que simulavam um depoimento de Kendrick à polícia sobre o assunto, continuaram a preparar o clima para o golpe final.
Mas antes dele, deu tempo de ouvir “HUMBLE.”, “Backseat Freestyle” (dos intraduzíveis versos “I pray my d*ck get big as the Eiffel Tower/ So I can f*ck the world for seventy-two hours), “m.A.A.d City”, “DNA.”, “Bitch, Don’t Kill My Vibe” e outras favoritas dos fãs mais old-school.
Com a apresentação chegando ao fim, era hora do momento mais esperado. Impulsionada pela acústica e pelo excelente sistema de som, “Not Like Us” fez o estádio vibrar como em um nocaute perfeito. Pobre Drake. Sobrou para ele o papel de sparring. Mais uma vez beijou a lona, esta noite no Brasil.
Kendrick Lamar cantando a diss “Not Like Us” diretamente de São Paulo! 🇧🇷 pic.twitter.com/JAUVk99qm4
— rap out of context (@rapoutcontext) October 1, 2025
Setlist de Kendrick Lamar no Brasil
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“wacced out murals”
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“squabble up”
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“N95”
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“King Kunta”
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“ELEMENT.”
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“tv off”
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“euphoria”
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“hey now”
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“Reincarnated”
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“HUMBLE”
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“Backseat Freestyle”
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f”amily ties”
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“Swimming Pools (Drank)”
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“m.A.A.d city”
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“Alright”
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“man at the garden”
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“dodger blue”
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“peekaboo”
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“Like That”
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“DNA.”
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“GOOD CREDIT”
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“Rich Spirit”
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“Count Me Out”
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“Money Trees”
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“Poetic Justice”
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“luther”
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“tv off”
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“Not Like Us”
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“gloria”








