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Grag Queen: da vitória em realities ao primeiro álbum de estúdio

Grag Queen: da vitória em realities ao primeiro álbum de estúdio

Ator, cantor, apresentador e drag fala sobre carreira e representatividade

Grag Queen (Reprodução/ YouTube)

“Reality show é uma grande loteria. Tem tudo pra você sair no primeiro episódio, ou ganhar e ser odiada, ou ser mal interpretada, ser mal editada. A partir da hora que você se dispõe a ir pra um reality show, você já é uma grandona, entendeu? Porque você vai lá botar à prova o teu talento.”

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Foi assim que Grag Queen abriu o jogo sobre sua trajetória no novo episódio de Cabos e Cases. Ela lembra que sua estreia em realities aconteceu em Queen of the Universe (2021): “Era sobre canto e sobre a estética da drag. Graças ao meu bom talento, eu ganhei o programa. Então, assim, eu amo o reality porque eu ganhei um reality que participei e depois os próximos que eu fui foi como apresentadora.”

Da vitória internacional veio a virada de chave. “Foi onde eu me revelei como cantor, cantora, drag. Eu comecei fazer lançamentos, me comportar como uma artista. Não uma artista de drag music, uma artista pop. Foi onde viralizou, explodiu minha primeira música, onde eu comecei a lançar EPs, e agora, tipo, por toda essa carreira, ser convidada para apresentar o Drag Race Brasil, tendo toda essa bagagem que importa. Ganhar também a contratação com a Warner Music Brasil, então foram várias conquistas.”

A música como resistência

O contrato com a gravadora é um marco, mas carrega um peso político. “O país que mais mata pessoas como a gente é o mesmo que consome prostituição de pessoas não cis, que consome pornografia transexual. Ao mesmo tempo, nós somos o país que tem a maior drag queen do universo. É um rio de hipocrisia. Eu sei que a gente perde irmãs no meio do caminho, pessoas que foram atravessadas por um tipo de ódio que não tinha nada a ver com elas. Por isso é muito importante estar nesse lugar, de assinar com a Warner, de falar em painéis, porque faz com que a gente também entenda que o nosso sucesso também é nosso.”

Inspiração e novas gerações

Como apresentadora do Drag Race Brasil, Grag vê a cena florescendo: “A Pablo inspira. Ela encabeça esse lugar de sucesso, de que eu posso encarar isso como profissão, de que eu posso ser uma drag cantora, gravar CD. Eu sou muito discordante de que só uma drag pode fazer sucesso no nosso país. Tem muita gente muito boa e eu sou a maior prova disso. Eu estou sempre provando elas, chamando elas e descobrindo personalidades incríveis, histórias incríveis, artistas incríveis.”

Essa construção coletiva dialoga com outras cenas. “O sertanejo dentro do nosso país… todo mundo se une, um levanta o outro. São vários artistas sertanejos. E eu acho que o sol nasceu pra todo mundo mesmo. Não é só ser drag, é ser artista de fato dentro do nosso país.”

O álbum que vem aí

Depois de EPs e singles, Grag prepara seu primeiro álbum de estúdio, com single lançado em 21 de agosto. “Saiu o primeiro chamado ‘Sideral’. O álbum tem nome, mas eu não posso falar. Ele é bem pop, porque o pop bebe de várias fontes, mas tem muito blues, muito disco, muita música de chorar, muitos feitos icônicos que você não vai acreditar. Eu estou muito feliz, muito orgulhosa do que eu fiz dentro do estúdio.”No encerramento do papo, Grag deixou sua mensagem:

“Você aí, que já fui eu, acredite no seu sonho, acredite no seu axé. Trabalhe, se mexa mesmo sem saber para onde você está se mexendo, mas só mexa. Levanta da cama, toma teu café e vai embora. Vamos embora.”

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