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Desvende a obra de Marisa Monte em 9 capas de discos

Desvende a obra de Marisa Monte em 9 capas de discos

Capas de discos de Marisa Monte

No coração e ouvidos de milhares de brasileiros,  a cantora e compositora Marisa Monte é uma das artistas mais reverenciadas da música no país. De outubro a dezembro, ela se apresenta com a nova turnê “PHONICA – Marisa Monte & Orquestra Ao Vivo” em seis cidades brasileiras. Boa parte de sua trajetória fará parte do setlist da série de shows.

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A seguir, a Billboard Brasil relembra alguns momentos marcantes da carreira de Marisa para você entrar no clima do espetáculo.

Não é uma tarefa fácil analisar a discografia da carioca que vendeu mais de 10 milhões de álbuns. No entanto, além de ouvir sua obra, há boas pistas de suas inspirações nas artes das capas de seus discos.

Em tempos de streaming, nem todo mundo conhece a magia dos encartes — aqueles livretos que guardam letras, ideias e sentimentos. Pensando nisso, reunimos abaixo curiosidades de vinis e CDs que revelam camadas da obra de Marisa Monte que vão além da música. De “MM” a “Portas”, a artista mostra como também traduz sua arte em imagens e conceitos visuais.

Conheça mais de Marisa Monte em 9 capas de disco

1. MM (1991)

M Marisa Monte

O álbum de estreia foi gravado ao vivo e mostra a pluralidade artística de Marisa. Ela tinha apenas 22 anos. O trabalho foi produzido por Nelson Motta e Arto Lindsay e traz canções que transitam entre a tradição (“Bem Que Se Quis”) e a vanguarda (“Comida”). A inspiração veio de sua formação em canto erudito, sua paixão pelo samba e pela música popular brasileira. Apenas “Bem Que Se Quis”, versão de “E Po’ Che Fa, era uma faixa inédita.

A capa é minimalista e mostra Marisa Monte em sua performance ao vivo. Há um close no rosto de Marisa. Metade da face é iluminada e há um M sobreposto por outro M, símbolo que se tornou uma marca registrada.

2. Mais (1991)

Mais - Marisa Monte

 

Lançado no mesmo ano de “MM”, “Mais” consolidou o sucesso da então jovem cantora, que começava a mostrar sua face compositora. Marisa Monte continuou a explorar a mistura de gêneros, mas com um pé mais firme na MPB e no pop. O trabalho inclui  hits como “Beija Eu”,  “Volte Para o Seu Lar” e “De Noite na Cama”. Se destacam as parcerias com Nando Reis e Arnaldo Antunes, além da participação de Ed Motta em “Ainda Lembro”.

Na capa, há uma foto da cantora e uma ilustração do símbolo mais (+).  De acordo com reportagem da revista Bizz, a ideia do disco era mostrar que Marisa era mais que uma crooner, era uma artista em busca de sua turma e com talento para a composição. A própria cantora definia que buscava no álbum uma  “soma como enriquecimento e como resultado”.

3. Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão (1994)
Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão - Marisa Monte

Um álbum conceitual. O título é uma citação da música, “Seo Zé” e mostra o desejo de mostrar os contrastes da cultura brasileira: ”O Brasil não é só verde, anil e amarelo. O Brasil também é cor-de-rosa e carvão”. Neste disco, Marisa encontrava o seu bonde de parceiros musicais, definitivamente. Além dos futuros tribalistas Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, o disco teve participações de Gilberto Gil, Nando Reis, Laurie Anderson e da Velha Guarda da Portela.

A capa mostra a silhueta do rosto da cantora em um fundo rosa e suas madeixas de cabelo fazem referência ao carvão. É uma representação visual do conceito de multiplicidade e brasilidade em todas as suas cores e contradições.

4. Barulhinho Bom, uma viagem musical (1995)

Barulhinho Bom - Marisa Monte

Composto por gravações ao vivo e inéditas,  o disco traz versões de “Cérebro Eletrônico” , de Gilberto Gil, e “Tempos Modernos”, de Lulu Santos.

A capa e o encarte causaram grande alvoroço. A cantora queria associar o disco à cultura popular com alusão aos quadrinhos para apresentar as letras. Para atingir esse objetivo ela usou os desenhos eróticos de Carlos Zéfiro, pseudônimo de Alcides Caminha. A proposta acabou censurada nos EUA. Por lá, o álbum foi lançado com o nome de “A Great Noise e teve a capa coberta com uma tarja preta sobre os seios da ilustração (conforme imagem abaixo).

A Great Noise (1996)

A Great Noise Marisa Monte

Marisa disse à Folha de S.Paulo: “O meu interesse era mais pelo aspecto estético popular, pela linguagem brasileira que misturava cordel com costumes e comportamento”.

Além de artista visual, Alcides Caminha era um dos parceiros musicais de Nelson Cavaquinho e um grande compositor.  Eles fizeram juntos “A Flor e o Espinho” e “Notícia”. Em decorrência do disco de Marisa Monte, o seu trabalho nos quadrinhos e também na música foi mais buscado por novas gerações. Veja mais ilustrações do disco aqui

5. Memórias, Crônicas e Declarações de Amor (2000)

Memórias, Crônicas e Declarações de Amor - Marisa Monte

Por conta da canção “Amor I Love Youque foi muito, mas muito mesmo, executada nas rádios e na trilha sonora da novela “Laços de Família, da TV Globo, “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor” vendeu mais de 1 milhão de cópias. O romantismo com momentos inocentes e canções de melodia fácil definiu como ela, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown deveriam seguir no projeto Tribalistas.

Para mostrar o  tom contemplativo do álbum, a capa traz um close no rosto de Marisa, transmitindo introspecção e tranquilidade.

6 – Tribalistas (2002)

A parceria estava presente em diversos discos anteriores, mas foi em “Os Tribalistas” que Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown se assumiram como grupo, em outubro de 2002. “Velha Infância”, “Passe em Casa”, e “Já Sei Namorar” fizeram o álbum ser um estrondoso sucesso no Brasil, Europa e Estados Unidos.

A capa do álbum foi criada pelo artista plástico brasileiro Vik Muniz, que utilizou calda de chocolate para compor a ilustração. A princípio, a ideia era retratar os integrantes do grupo com cordas de instrumentos musicais, porém, o formato reduzido da capa do CD impossibilitou a execução. Diante disso, Muniz decidiu empregar ingredientes comuns, como chocolate e açúcar, para formar a imagem definitiva. Assista ao vídeo acima com a explicação do próprio Vik Muniz.

7. Universo ao Meu Redor (2006)

Universo ao Meu Redor (2006) Marisa Monte

“Universo ao meu redor” é um álbum duplo porque  foi lançado simultaneamente com “Infinito Particular”. Fugindo do amor inocente dos Tribalistas, Marisa mostra neste disco ideias românticas maduras e revisita os clássicos do samba. O álbum tem a produção de Mario Caldato Jr. ( Marcelo D2, Beastie Boys).

Em seu site, Marisa dá um enorme depoimentos sobre “Universo ao meu redor”.

“Engravidei durante as gravações. O disco saiu no mês do nascimento do meu primeiro filho. Durante os meses que se seguiram tive a chance de ficar mais tempo em casa. Aproveitei a oportunidade para fazer várias coisas que seriam impossíveis viajando e, sem saber, algumas delas acabaram se tornando o embrião desses discos de agora. Eu sabia, através do meu contato com o samba carioca e, principalmente, pelo convívio com a Velha Guarda da Portela e pelo trabalho de pesquisa para o disco deles em 99, que havia um repertório incrível, presente apenas na tradição oral, que estava se perdendo pouco a pouco. A curiosidade me fez querer saber mais sobre isso, ampliando o conhecimento para além dos limites da Portela. Comecei a fazer uma série de encontros e entrevistas, orientada por conversas com Monarco, Paulinho da Viola, D. Yvonne Lara e meu pai, entre outros. Ouvi compositores, parentes e parceiros de sambistas antigos em busca não somente da obra deles, como também das referências criativas; da gênese do samba feito por eles. E os sambas de Jaime Silva, Argemiro, Dona Yvonne, Casemiro, Moraes e Galvão, alguns com mais de cinquenta anos, uniram-se à produção contemporânea da Adriana, do Paulinho, do Arnaldo, do Carlinhos e minha, no repertório de ‘O Universo ao Meu Redor’, esse meu disco focado mais do que no samba, eu diria, na atmosfera do samba, com seus assuntos mais frequentes — o amor, a natureza, a própria música, a condição humana, o canto dos passarinhos, o quintal, o convívio através da arte…”

8. Infinito Particular (2006)Infinito Particular (2006) Marisa Monte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Irmão gêmeo e pop de “Universo ao meu redor”, o álbum é introspectivo e conta com canções autorais e influências internacionais. A inspiração é focada em emoções, relações pessoais e sonoridades mais eletrônicas e atmosféricas.

A capa é um contraponto às cores de “Universo ao meu redor”. Temos apenas um fundo preto com o nome do àlbum. Uma forma original de representar a complexidade do universo interior de cada indivíduo, cheio de nuances e contradições.

9. Portas (2021)

Portas (2021) Marisa Monte

Gravado durante a pandemia de Covid-19, o álbum fala sobre conexão, isolamento e abertura. “Portas” funcionam como uma metáfora para passagens, oportunidades e barreiras. Musicalmente, é uma síntese de toda a sua carreira, misturando samba, pop, folk e arranjos sofisticados. A inspiração foi o momento único de reflexão global forçada pelo lockdown.

O trabalho visual de “Portas”foi concebido pela artista Marcela Cantuária,  inspirado nas letras das canções do disco. Cada faixa tem uma arte especial.  De acordo com a artista, ela pensou no oratório com suas grandes portas com o intuito de colocar a música de Marisa em encontro com o divino. Confira as artes do disco aqui.

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