O soulman Lionel Richie ensina a arte de encantar o público no The Town
O cantor é um dos últimos mestres da arte do entretenimento do showbiz americano
Lionel Richie, que se apresenta hoje à noite no The Town, é uma das últimas jóias da gravadora Motown (perdão pela rima ruim, mas inevitável). Seja como cantor, tecladista e saxofonista dos Commodores, um dos principais grupos de soul music e funk dos anos 1970, ou na carreira solo, onde recheou o mundo com baladas açucaradas, ele honrou como poucos a “casa” que gerou artistas do quilate de Marvin Gaye, Stevie Wonder, Michael Jackson e Diana Ross.
Richie, no entanto, tem uma característica que o diferencia ainda mais dos astros citados: é um “entertainer” (algo como “entretenedor”), aquele tipo de popstar que não se contenta apenas em cantar, mas sabe como poucos encantar uma platéia. Uma performance de Lionel Richie vai além do desfile habitual de hits, ela compreende também uma show de simpatia e uma série de brincadeiras nas quais a participação do público faz toda a diferença. Então, prepare-se para alguns dos truques mais conhecidos de Mr. Richie: pedir para que você cante “Endless Love” porque Diana Ross –que fazia o dueto com o soulman na gravação original– não está presente, vê-lo transformar o palco do festival num baile black dos anos 1970 no medley “Fancy Dancer/ Sweet Love/ Brick House” (racha-assoalhos dos Commodores) e perder a vergonha de dançar no momento em que ele cantar “All Night Long”.
Nascido em Tuskegee, cidade do estado americano do Alabama, Lionel Brockee Richie Jr. nos primeiros anos da adolescência considerou a ideia de se tornar padre, mas optou por doutrinar plateias mais abrangentes. Em 1968, ele se uniu aos Commodores, um dos principais grupos da região, que a princípio era mais centrado no universo do funk. Quatro anos depois, despertaram a atenção dos executivos da Motown ao abrirem as apresentações dos Jackson Five.
A princípio, Lionel era apenas um dos integrantes do grupo. No entanto, depois de emplacar a canção “Happy People” no repertório dos Temptations (principal grupo vocal da Motown), ele ativou o alerta em Berry Gordy Jr., dono da companhia. “Berry me disse para eu criar minha editora porque ganharia muito dinheiro com as minhas canções”, disse Lionel certa vez, em entrevista a este repórter. O sucesso ajudou ainda a passar de coadjuvante para cantor principal dos Commodores. Ele foi o responsável por algumas das baladas de maior sucesso do conjunto, entre elas “Easy” e “Three Times a Lady”, que obviamente estarão no repertório de hoje. Em 1983, Lionel partiu para a carreira solo.
A carreira de Lionel como solista foi tão brilhante quanto nos tempos de Commodores. Ele, por exemplo, concorreu duas vezes ao Oscar de Melhor Canção por “Endless Love” e “Say You, Say Me” (que foi a vencedora de 1985); cantou na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, onde fez todo mundo cantar “All Night Long” e se tornou o rei das rádios FM graças a baladas como “Stuck on You”, “Penny Lover” e, claro, “Hello”. Assistir Lionel Richie é mais do que uma aula de música pop: é presenciar alguém que como poucos fez da diversão da platéia sua razão de viver.
Para saber um pouco mais, assista ao vídeo abaixo.
Veja provável setlist de Lionel Richie no The Town 2025
1. “Hello”
2. “Running With the Night”
3. “Easy” (Commodores)
4. “Penny Lover”
5. “Se La”
6.” Stuck on You”
7. “Sail On” (Commodores)
8. “You Are”
9. “Brick House/Fire”
10. “Three Times a Lady” (Commodores)
11. “Fancy Dancer/Sweet Love/Lady “(You Bring Me Up) (Commodores)
12.”Truly”
13. “Endless Love”
14. “My Destiny”
15. “Dancing on the Ceiling”
16. “Say You, Say Me”
17. “We Are the World”
18. “All Night Long” (All Night)
