Kiss recebe homenagem e critica Trump: ‘Perigo para a democracia’
Político será o primeiro presidente dos EUA a comandar a cerimônia


A banda Kiss será uma das homenageadas do Kennedy Center Honors deste ano. O anúncio foi feito na última quarta-feira (13/8) pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que disse ter participado da escolha. Ele deve se tornar o primeiro chefe de Estado norte-americano a apresentar a cerimônia na TV, em dezembro, na CBS. Também serão celebrados o cantor country George Strait, o ator Sylvester Stallone, a cantora Gloria Gaynor e o astro da Broadway Michael Crawford.
A escolha chama atenção porque integrantes do Kiss já haviam criticado Trump. O cantor e guitarrista Paul Stanley, por exemplo, foi duro após a eleição de 2020. Em janeiro de 2021, chamou de “abominável” a recusa de Trump em reconhecer o resultado, dizendo que era “coisa de chefe do crime” e “um perigo real para a democracia”. Depois do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, classificou os invasores como “terroristas”, descreveu o episódio como “insurreição armada” e responsabilizou o então presidente e senadores aliados por “atiçar as chamas” que levaram à violência.
Mesmo assim, a banda comemorou. “O Kiss é a personificação do sonho americano. Estamos profundamente honrados em receber a homenagem do Kennedy Center”, afirmou o baixista e vocalista Gene Simmons.
Para Stanley, “desde o começo, o Kiss representa a ideia de que tudo é possível e de que trabalho duro dá resultado. O prestígio do Kennedy Center Honors não pode ser superestimado; recebo este reconhecimento em nome do legado da banda e de todos os músicos que a construíram”.
Ex-integrantes também reagiram. O guitarrista Ace Frehley classificou o tributo como “um sonho que eu nunca imaginei ver realizado”. Já o baterista Peter Criss disse: “Sinto-me abençoado. Este é o maior reconhecimento da nossa carreira”.
Simmons participou da primeira temporada do “Aprendiz Celebridades”, em 2008, e foi demitido por Trump no terceiro episódio. Anos depois, elogiou o apresentador como “o animal político mais autêntico que já vi no palco” e alguém “bom para o sistema”. Mais tarde, mudou o tom: a banda teria recusado um convite para tocar na posse presidencial e, em 2022, Simmons afirmou à revista “Spin” que a gestão de Trump acentuou a polarização e trouxe “as baratas para fora do esgoto”, numa crítica à promoção de teorias conspiratórias e ao racismo às claras.
Este texto é uma tradução/adaptação da Billbard US. Leia o original aqui