Dona Jacira: 5 (ou mais) participações nas obras de Emicida
Matriarca morreu aos 60 anos
Morreu nesta segunda-feira (28), aos 60 anos, Jacira Roque de Oliveira, Dona Jacira, mãe dos cantores Emicida e Fióti,
Nascida em 25 de dezembro de 1964, Dona Jacira cresceu na Zona Norte de São Paulo. Além dos dois artistas, ela também teve Katia e Katiane.
Em 2018, Dona Jacira lançou a autobiografia “Café”. A escritora é avó de seis netos e dona de uma grande produção literária cheia de poesia, crônicas, histórias infantis e outras obras.
Bordadeira, escritora, compositora e poeta, ela foi peça fundamental na obra dos filhos, servindo não apenas como inspiração, mas contribuindo diretamente no trabalho de ambos, inclusive com composições.
A Billboard Brasil separou alguns trabalhos onde Dona Jacira contribuiu. Confira:
“Crisântemo” (do álbum O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui, 2013)
Em “Crisântemo”, Emicida e a mãe narram a história de Miguel, pai do rapper que morreu em uma briga de bar. Dona Jacira, que assina a canção como uma das compositoras, encerra a música declamando um poema que retrata como foi lidar com a morte do companheiro e criar os filhos como mãe solo.
“Quando o pai morre, a gente perde a mãe também / Eu já sabia o que era isso”
“Mãe” (do álbum Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa…, 2015)
Como o nome sugere, “Mãe” é uma homenagem de Emicida a Dona Jacira. Integrando um dos álbuns mais aclamados do rapper, a canção fala da relação do cantor com a matriarca e também termina com uma declamação – desta vez, Jacira retribui a homenagem.
“Eu disse que ele viria, nasceu / E eu nem sabia como seria / Alguém prevenia /Filho é pro mundo Não, o meu é meu”
“A Cada Vento” (da mixtape “Pra Quem Já Matou Um Cachorro Por Comida Até Que Eu Cheguei Longe”, 2009)
O impacto de dona Jacira vai muito além das menções diretas nas canções do filho. Em cada “A Cada Vento”, Emicida fala já do resultado como filho crescido – e rapper famoso.
“Então, sucesso na missão parceiro / É ter paz quando pôr a cabeça no travesseiro /Conseguir manter quem te faz bem, perto
Parabéns mamãe, seu projeto de homem feliz deu certo!”
“Ooorra” (da Mixtape “Pra Quem Já Matou Um Cachorro Por Comida Até Que Eu Cheguei Longe”, 2009)
“Ooorra” é uma das canções mais duras de Emicida. Nesse desabafo, o rapper retrata sua infância e adolescência na favela do Jardim Fontalis, Zona Norte de São Paulo. Ao explicar como era morar em um barraco, ele lembra de como a mão tentava ajudar os filhos
“E os que não quer dinheiro, mano / É porque nunca viu a barriga roncar mais alto do que o eu te amo / Eu vi minha mãe, me jogar dentro do guarda-roupa trancado / Era o lugar mais seguro, quando a chuva levou os telhado / E dizia: Não se preocupa, chuva é normal / Já vi o pior disso aqui, ver o bom hoje é natural”
“Triunfo” (da Mixtape “Pra Quem Já Matou Um Cachorro Por Comida Até Que Eu Cheguei Longe”, 2009)
O primeiro single de sucesso do Emicida, “Triunfo” é uma ode a vitória. E, como a vitória do rapper está ligada a mãe, obviamente a letra menciona Dona Jacira.
“E o triunfo mesmo pra nóis é o sorriso da coroa”