AugeBoys unem forró com inovação em sucesso ‘Ritmo da Sanfoninha’
Henry Freitas, Kadu Martins e Nuzio Medeiros são donos de 'Rtimo da Sanfoninha'
A parceria “Ritmo da Sanfoninha”, de Henry Freitas, Kadu Martins e Nuzio Medeiros, é um sucesso. Em 40º lugar no Hot 100 da Billboard Brasil, o hit, que mistura o tradicional forró com batidas modernas, virou sensação nos festejos juninos e consolidou a força da parceria entre os artistas, conhecidos como os AugeBoys.
“Eu sempre sonhei em viver de música, mas nunca imaginei que fosse acontecer tão cedo, de forma tão intensa e especial como está sendo. Sempre fui muito responsável com minha carreira, com meus fãs, com tudo que envolve esse trabalho e ver esse reconhecimento chegando agora é como um presente”, celebra Kadu em entrevista para a Billboard Brasil.
“Estar no Hot 100 é uma mistura de alegria, gratidão e sentimento de realização”, acrescenta Núzio. “Essa conquista mostra que a nossa música está chegando aos corações e playlists de tanta gente, do norte ao sul do Brasil. É emocionante pensar que nossa criação está fazendo parte da vida das pessoas… Seja no carro, na academia, trabalhando ou estudando.”
Para Henry, a conquista tem um sabor ainda mais especial por estar ao lado de amigos.
“Já estive no Hot 100 outras vezes, mas dessa vez é diferente. Estar no ranking com meus amigos, fazendo um som que acreditamos e que o público abraçou, é ainda mais especial”, disse. “Essa já é nossa segunda música entre as mais ouvidas do país. Espero que seja só o começo.”
Criação do hit
A ideia de criar “Ritmo da Sanfoninha” nasceu com o desejo de homenagear o São João.
“Foi um processo bem pensado e feito com muito carinho”, conta Kadu. “A gente começou cedo, organizou um camping com compositores do país todo, gravou clipe, montou planejamento… Tudo isso para lançar uma música que tivesse a essência do forró e a cara do período junino.”
Núzio lembra que o pontapé inicial foi dado em uma chamada de vídeo, durante o camping.
“O Kadu falou da ideia de criar algo cultural, que remetesse ao São João, e daí nasceu a inspiração. Mesmo à distância, participei da criação, e o resultado foi esse super hit.”
A construção da faixa também foi marcada pela espontaneidade, como explica Henry.
“Era uma terça-feira, o Kadu me mandou mensagem dizendo que estava no estúdio e queria criar algo na pegada nordestina. Chamei alguns amigos compositores, e em uma hora a música estava praticamente pronta. Mandamos no grupo de WhatsApp, o Núzio ouviu, ficou maluco e a decisão foi unânime: seria nosso próximo lançamento.”
Força do forró
Com uma base forte no forró, mas sem abrir mão da inovação, o trio apostou em uma fusão entre o som tradicional e elementos modernos.
“Sempre gostei de misturar ritmos… Funk, trap, forró. Isso amplia o alcance e torna a música mais atual, mais conectada com as pessoas”, diz Kadu. “Tem uma filosofia por trás disso: criar algo que toque, que faça sentido.”
A sanfona, nesse contexto, segue como elemento central. “A gente diz muito que a sanfona é a alma do forró. E mesmo com batidas modernas, ela permanece ali, mantendo viva nossa essência”, completa Núzio.
Henry destaca que até trechos de clássicos foram incorporados. “O solo da música foi inspirado em ‘Fogo Sem Fuzil’. A gente solfejou o trecho ali na hora. E mesmo com batidas mais aceleradas, mantivemos o toque especial da sanfona.”
Apesar dos estilos distintos de cada um (Kadu mais animado, Núzio mais romântico e Henry transitando entre os dois), o trio encontrou equilíbrio na amizade e no respeito.
“O que fortalece nossas parcerias é o respeito. Já vimos muitos grupos se desfazerem por ego, e a gente preza por manter a amizade em primeiro lugar”, ressalta Kadu.
Núzio completa: “Sou fã dos meninos e acredito que o diferencial está justamente na mistura”. Henry concorda: “Foi por isso que os AugeBoys deram certo. Cada um traz uma coisa diferente, e tudo se complementa.”
Sobre a valorização da sanfona na música atual, os três são unânimes: ela é indispensável.
“Mesmo fazendo um forró moderno, a sanfona tem que estar presente. É o coração do nosso som”, diz Henry. “Ela representa um som nobre de histórias, de memórias. É símbolo da nossa identidade”, completa Núzio.
Kadu reforça: “Tem quem diga que quer o forró ‘de antigamente’, mas o que a gente faz hoje também é forró. E com sanfona no centro, sempre.”
O futuro da parceria também promete. “Estamos sempre nos reunindo e pensando nos próximos passos”, afirmou Kadu. “Essa não é a primeira e nem vai ser a última colaboração. O público tem consumido muito nosso som, e isso cria ainda mais vontade de continuar”, diz Núzio.
