Consumo de cultura no Brasil cresceu em 2024
Aumento no consumo de novelas lidera a pesquisa
O consumo de cultura entre os brasileiros cresceu em 2024 em comparação com o último ano. Os dados foram divulgados pela pesquisa Hábitos Culturais, realizada no último agosto pelo Observatório Fundação Itaú Cultural, do Itaú Cultural, e pelo DataFolha. As informações foram divulgadas pela “Folha de São Paulo”.
O que lidera essa frente são os streaming, o aumento no consumo de novelas e idas a espetáculos. No entanto, existe uma disparidade de renda entre os indivíduos de diferentes classes sociais, que se mantém como determinante para os hábitos da população.
A pesquisa ouviu 2.494 pessoas, entre 16 e 65 anos, de dívidas entre todas as regiões do Brasil. As entrevistas foram realizadas por telefone e presencialmente.
De acordo com os dados, 97% dos entrevistados afirmam ter feito alguma atividade cultural em 2024. Cerca de 61% dos ouvidos afirmam realizar pelo menos uma atividade cultural presencial por mês. Já em relação ao formato remoto, a frequência mensal alcança 88% das pessoas, superando os 72% de 2023.
Já em relação aos gastos com atividades presenciais, eles também são determinantes para a disparidade dos hábitos culturais dos entrevistados. 39ª deles dizem não gastar nada, enquanto 46% gastam mais de R$ 50. Nas modalidades online, as porcentagens são de 25% e 52%, respectivamente. Já 59% das pessoas das classes D e E recorrem às atividades gratuitas, contra apenas 23% das classes A e B.
Quais são as atividades culturais consumidas pelos brasileiros?
O levantamento feito neste ano reposiciona as plataformas de streaming como o seu principal meio, também verificado em 2023.
O consumo de músicas em plataformas digitais de streaming está na liderança como a preferida pelo público. Elas foram citadas por 83% dos entrevistados. O consumo de filmes via serviço de streaming ficou em segundo lugar, com 73% das respostas, enquanto o consumo de séries online foi mencionado por 69% daqueles que responderam à pesquisa.
Entre as 23 atividades avaliadas pelo levantamento, 16 apresentaram crescimento em comparação com o ano passado.
As novelas foram mencionadas por 56% das pessoas, superando os 36% do índice anterior. Já as atividades infantis (de 24% para 35%) e os espetáculos ou apresentações de dança (de 18% para 30%) também apresentaram crescimento.
As atividades ao ar livre ficaram em quarto lugar na preferência do público. Já no uso de salas de cinema, elas foram frequentadas por 38% dos entrevistados, superando os 33% da pesquisa anterior.
A leitura de livros impressos ocupa o sétimo lugar da pesquisa, com 52%. Já a leitura de livros digitais diminuiu: em 2023 tinha um índice de 42% e, em 2024, foi mencionada por 36%.
A pesquisa também aponta que pessoas pretas são as que mais temem participar de eventos culturais no Brasil, representando 43% do total. Entre pessoas brancas, esse índice é menor, alcançando 34%. Quando analisado por classe social, o temor é maior nas classes A e B, com 37%, enquanto nas classes D e E atinge 34%.
Além do medo, questões financeiras também surgem como barreiras importantes, mencionadas por 35% dos entrevistados, um aumento de 16% em relação a 2023. Curiosamente, esse fator afeta mais as classes A e B, com 39% das respostas, do que as classes D e E, em que o índice é de 30%.
Outros obstáculos relatados incluem cansaço, desânimo ou preguiça (26%), falta de disponibilidade de horários (25%), distância até os locais de eventos (24%) e superlotação (19%). Esses dados revelam a complexidade dos desafios enfrentados pela população no acesso à cultura, evidenciando desigualdades sociais e raciais.